Meu professor de estilo perguntava, é uma loteria?
O que ele queria dizer é que devemos manter a qualidade em nossos trabalhos e que não deveria ser só de vez em quando os acertos por isso, o estudo e a compreensão do que pretendemos deve ser constante para que, o "de vez em quando" seja apenas quando uma ideia não dá tão certo.
Também dizia para não seguirmos cacoetes de trabalhos de outras pessoas. Certa vez me perguntou porque fiz as dobras entre cotovelos e joelhos de uma ilustração de moda que estavam de uma certa forma, aí me dei conta que fiz só porque havia visto essa solução em vários outros desenhos. Fiquei pensando sobre isso e busquei uma solução minha. Dá trabalho, exige honestidade e estudo.
Quando criança e adolescente, adorava pegar os jornais do meu pai para ver as ilustrações de Daniel Maia. Passava horas recortando e guardando cada desenho como um tesouro! Amava e amo até hoje!
Lembro quando ví um tênis ilustrado por ele que desenhei diversas vezes até descobrir a minha forma de desenhar! Na faculdade entendi que não devia copiar e que deveria seguir o meu estilo, descobrir meu estilo.
Vejo pessoas que não passaram por escolas de moda, arte, desenho e design e não fazem a menor ideia do que é fazer um projeto artístico e tentam desesperadamente mostrar algo que parece que nunca entenderão. Mas veja, não digo que você não aprendeu ou nunca aprenderá caso não seja dessa área, mas precisa aceitar o fato de que a humildade sempre será necessária em qualquer campo do conhecimento.
Humildade = nossa realidade vai muito além do que nossa imaginação alcança.
Não posso me considerar crocheteira por respeito a quem faz crochê a vida inteira. Estou de forma profissional apenas um pouco mais de quatro anos mas foi o suficiente para passar pelas maiores empresas de fios do Brasil e hoje, estou na maior e mais conceituada empresa da América Latina.
Assim como quando trabalhei com papelaria. Fiz parte de time de criativos, criei projetos irreverentes, ousados e até recebi um convite da maior empresa de máquinas de corte norte americana e tudo começou, quando comprei uma Silhouette e brinquei um pouquinho com ela.
Sou designer e por isso, encontro em qualquer área uma forma de desenvolver meus trabalhos na técnica que quiser, porque o conhecimento vai além da técnica, existe o "antes", tão difícil para algumas pessoas compreenderem por ser abstrato, mas não impossível de aprender.
Lembrando aqui de mais alguns ensinamentos da faculdade, me veio a lembrança da minha professora de história da arte.
Teve um trabalho que fiz com uns colegas onde decidimos fazer diferente para nosso azar. Ela olhou e começou toda uma aula sobre o que é kitsch.
kitsch 1. que se caracteriza pelo exagero sentimentalista, melodramático ou sensacionalista, freq. com a predileção do gosto mediano ou majoritário, e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões inautênticos, encarnar valores da tradição cultural (diz-se de objeto ou manifestação de teor artístico ou estético). "literatura, pintura, decoração k." (fonte).
Fui pesquisar melhor e descobri que ela gentilmente quis dizer que nosso trabalho, em uma linguagem mais popular, era brega mesmo. Rimos muito!
Sempre gostei muito do vintage, tudo que fazia sempre era muito pesado, pensando no envelhecido, cheio de arabescos e adorava. Ainda gosto na verdade.
Mas precisamos nos atualizar e no design, tudo evolui muito rápido e temos que acompanhar se quisermos estar entre os melhores.
Comecei a comprar livros, muitos livros e ler bastante à respeito. Acessar sites estudar designers de referência como Karim Rashid que amo! Nossas referências precisam de atualização sempre, se quisermos fazer parte de um mundo com conhecimento de qualidade. Nadinha de saudosismo que é bem piegas e desatualizado, a não ser que entenda o que é macro tendência e esteja em um projeto com esse conceito.
piegas 1. em que há pieguice, sentimentalismo extremo. "filme p." 2. adjetivo e substantivo de dois gêneros e dois números que ou quem é ridiculamente sentimental (fonte).
A cada área ou segmento que me aventuro, busco pelo conhecimento.
Quando fui designer em uma empresa de confecção de camisas de futebol, por exemplo, fiz curso de malharia circular e até fui aos estádios de futebol assistir jogos, assim como, quando fui coordenadora de estilo de uma empresa de calçados, nesse caso, já tinha feito um curso completo de modelagem, corte, costura e pespontos de calçados.
O que tem em comum entre todas as áreas e segmentos em que atuei? O estudo e me destaquei em cada uma delas, por ter respeito, ser dedicada e buscar sempre pela inovação e jamais desmerecer quem chegou primeiro, como no caso do crochê, com a certeza de que tenho muito a aprender e a ensinar também do meu ponto de vista como designer.
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Uau! Elá sempre pontual. Sempre muito estudo e humildade! 👏👏👏